sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bem vindos.

Nossa relação com o mundo está mudando. Hoje, estamos presos à uma teia de informações e relações interpessoais que nem temos como medir sua extensão. Tem gente que nos conhece sem mesmo nunca ter nos visto. Estamos sujeitos a sermos pesquisados, devassados em nossa intimidade com o apertar de botões. Somos objeto de pesquisa, de análise de perfil, de gostos, de estatística, enfim, somos hoje, apenas um dado, num enorme banco de dados chamado cyberespaço. Confesso que, estou re-aprendendo a me relacionar com o mundo, com linguagem própria, conduta própria, onde tudo é rápido, expresso, enfim, volátil. Não existe mais a descoberta da aproximação. Mal você entra na net, alguém pergunta "VC QUER TC?" (TC? QUE É ISSO?) Eu encaro como um novo verbo (teclar) que significa falar pelo teclado. Isso sem falar na simbologia que nem mesmo um professor de criptografia é capaz de entender na totalidade. (V6 TEM ICQ?) Coisa de doido!!! Mas ao menos, voltamos a escrever, deixamos um pouco de lado a falta de interação causada pela TV, pelo rádio. Nos tornamos uma ilha no meio de um mar de informações. Estamos mais curiosos, pois nossa curiosidade é atendida na ponta de nossos dedos. Temos à disposição toda gama de dispositivos de busca, mecanismos de inter-relação de informações, de pessoas, forma de transmitir saberes e de receber aquilo que buscamos. Essa tecnologia intelectual tem suas facilidades e seu preço. Podemos articular milhões de pessoas desconhecidas a se reunirem na Avenida Paulista em São Paulo para protestar sobre algo, sem que haja qualquer cartaz ou propaganda por aí. Podemos entrar na página de relacionamento de uma pessoa para levar nossa consternação ou revolta por um acontecimento, só porque temos a certeza que essa pessoa tem sua página lá. Podemos passar e receber informações para o mundo na velocidade da luz, utilizando uma infovia ótica que liga sua casa ao planeta todo. Assistindo o desenho animado Wall-E com meu filho, percebi o que a tecnologia em favor da extrema comodidade pode causar. Nos importamos mais com o fato de que faltou energia ou que o micro não conecta do que plantar uma árvore ou simplesmente caminhar na praia para ver o sol se por. De qualquer sorte a tecnologia está aí para ser usada, nunca para nos escravizar. Afinal, para que serve a internet? Pensem nisso!

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